Toda a política local deveria ser pautada por uma enorme dedicação ao cidadão. Deveria ser guiada pelo respeito por pormenores que escapam ao poder central. Deveria moldar o dia-a-dia subtilmente para que as dificuldades fossem ultrapassadas sem que deixassem marcas pesadas. As juntas de freguesia deveriam ser um suporte de comezinhos desejos. De todos e para todos.
Esta ideia enraizada de que tudo está feito e que a gestão se guia por meros exercícios matemáticos ou contabilísticos, leva a uma asfixia de participação dos cidadãos nas actividades democráticas. Insistir neste afastamento levará à morte da democracia local, mais distante do parlamento, mas não menos grandiosa.
Na nossa freguesia, a eleição dos órgãos executivos foi a mais renhida dos últimos anos, prova do evidente descontentamento crescente que se manifesta diariamente nos vários locais que frequentamos. A asfixia da qualidade de vida a que assistimos nos últimos dez anos (depois de um salto infra-estrutural assinalável), leva-nos a pensar que estamos no momento exacto em que o “corpo adormecido” – esta alma Realense – necessita de reanimação urgente.
Precisamos de uma renovação geracional. Precisamos de novas perspectivas e visões alargadas, de uma vontade consentânea com o desafio que estamos a desperdiçar. Precisamos de mais cultura, mais cinema, debates, colóquios, feiras de livros e artesanato, dinamismo associativo e juvenil, mais informática e internet, mais poesia viva nas nossas vidas e que essa poética vivência se reflicta nos nossos caminhos com a alegria de viver nesta freguesia.
Espero fechar este ciclo este ano. A bem de todos, acredito nesta mudança refrescante.
Contamos com a vossa vontade de estimular o futuro da próxima geração, a dos vossos filhos ou netos, tendo como certo que o nosso esforço nunca será em vão.
Sérgio Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário