A Coligação “Juntos por Braga” visitou ontem, em Real, duas instituições emblemáticas desta Freguesia.
Ricardo Rio, candidato à Presidência da Câmara Municipal de Braga, acompanhado do Deputado Miguel Macedo, dos líderes do PSD, João Granja, e do CDS-PP, Manuel Rocha, e ainda pelo candidato da Coligação à Junta de Freguesia de Real, Rui Milhão, fez questão de continuar o périplo pelas instituições do Concelho que, desde há vários anos, vêm constituindo um espaço central da intervenção pública do Autarca.
Direcção do Realense aprova propostas da Coligação
Num clube que atravessa as dificuldades (infelizmente) normais do desporto concelhio, o grande enfoque da sua actividade prende-se com a potenciação do desporto jovem, facto testemunhado pela realização do Torneio de Verão de Pré-escolas, Escolas e Infantis, que decorreu no dia de ontem no campo do Realense.
Apostados na revitalização do Realense por via de uma aposta sustentada nas camadas jovens (onde militam já 230 atletas), o presidente, José Fernandes, confessou-se agastado com a falta de apoio que tem sentido por parte da Junta de Freguesia, “Com a desculpa despropositada de que seria uma empresa privada e não o clube a gerir a formação dos nossos jovens, cancelaram-nos o subsídio. Mas é uma atitude que não nos surpreende face ao alheamento que a Junta tem demonstrado no que respeita ao desporto local”.
Sendo o financiamento um dos principais problemas, os representantes do clube manifestaram o seu incondicional apoio à proposta da Coligação de ser a Câmara Municipal a assumir os custos da inscrição dos atletas das camadas jovens. “Além de nos permitir baixar a mensalidade, seria uma forma importante de libertar verbas para a requalificação dos equipamentos ao dispor do clube e da comunidade” afirmou o presidente.
Ricardo Rio aproveitou para lembrar as declarações de Mesquita Machado sobre esse tipo de apoios às colectividades desportivas: “o actual Presidente de Câmara recusou-se a assumir esses apoios dizendo que a culpa é da Associação de Futebol de Braga, por cobrar taxas demasiadamente elevadas”. Mas, “mesmo que isso fosse verdade, pode-se perguntar”, acrescentou: “O que fez o anterior Presidente da Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Futebol para evitar que os seus associados seguissem políticas de desincentivo à prática desportiva pelos atletas mais jovens?”.
Outra das propostas da Coligação que mereceu público louvor dos presentes foi a da criação de um Centro Médico que forneça apoio a todas as colectividades desportivas amadoras do concelho, solução que pouparia “muitas dores de cabeça aos clubes” como testemunharam os seus responsáveis.
Contrato-programa à espera de resposta da autarquia
No que à relação com a Autarquia diz respeito, também aqui foram feitos reparos a uma postura “incompreensível”, nas palavras de Ricardo Rio, que se remete ao silêncio e se caracteriza pela ausência.
Respondendo ao repto do candidato à Câmara de Braga sobre a instituição de contratos-programa entra a Autarquia e os clubes, o presidente do Realense admitiu a sua total concordância, tendo avançado que espera e desespera pela resposta da edilidade a uma proposta, que o próprio clube apresentou, exactamente nesse sentido.
Ricardo Rio relembrou “a função social que as instituições desportivas assumem no contexto nacional e concelhio. Sendo verdadeiramente chocante que o poder executivo em Braga insista em esquecer, ignorar e penalizar a capacidade de trabalho e o serviço público dos clubes amadores.”
Executivo da Junta ostraciza Associação “Teatro Jovem”
A comitiva da Coligação seguiu depois para a sede da Associação “Teatro Jovem”, onde se reuniu com os membros da Direcção.
Foi em tom de revolta que os protagonistas da Associação, fundada em 1990, se dirigiram a Ricardo Rio e Rui Milhão, queixando-se do “vexame” a que o executivo socialista de Real os tem votado.
Num colectivo que faz da cultura o seu mote e das crianças a sua inspiração, é com “enorme desagrado” que se assiste ao sucessivo levantamento de obstáculos à actividade da “Teatro Jovem” por parte da Junta de Freguesia. “Primeiro ordenaram-nos a retirada dos adereços cenográficos do salão, o que nos obrigou a diminuir o já reduzido espaço que temos na sede, depois diminuíram o montante do subsídio que nos atribuem e agora dificultam-nos o acesso ao salão (que está, as mais das vezes, desocupado) com decisões absolutamente arbitrárias e injustificadas.”, lamentaram, exemplificando com um caso concreto: “Estamos a pouco tempo da realização da Festa do Emigrante e ainda não obtivemos sequer resposta sobre o pedido de cedência daquele espaço”.
Esta atitude da Junta torna-se ainda mais reprovável porquanto o famigerado projecto do “Centro Cultural”, várias vezes prometido, acabou por ser abandonado pela actual Junta de Freguesia, o que obsta a uma solução que sirva os interesses de ambas as partes.
O grupo, que conta com um dinamismo exemplar, com actividades em todos os meses do anos (à excepção de Agosto), recebeu dos candidatos da coligação um voto de homenagem pelo trabalho prestado à comunidade. Ricardo Rio aproveitou também para reconfortar os presentes, exortando-os “a não desistirem. Pelo património humano, cultural e afectivo que granjearam, não podemos dar-nos ao luxo de perder uma instituição desta valia. Independentemente das investidas que alguns lançam sobre quem, pela força do seu trabalho, garantiu o respeito e admiração dos bracarenses, o importante é persistir, demonstrando a vossa força e entusiasmo”.
“Numa freguesia cujo contexto sócio-económico é reconhecidamente complicado, o papel da associação torna-se ainda mais decisivo, sobretudo porque é especialmente dirigido aos mais jovens, impedindo que optem por comportamentos desviantes e perigosos e isso é inestimável”, concluiu Ricardo Rio.
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