quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Recuperação do Convento de S. Francisco com a sua transformação num Centro de Artes e Museu "Porto Maia"


A nossa freguesia, segundo dados mais recentes, foi aquela do concelho de Braga com o maior crescimento populacional.
Somos actualmente uma freguesia onde se encontram os Realenses de sempre, os Bracarenses de agora e muitos Realenses que, tendo sempre vivido nas freguesias mais urbanas do concelho, tentados pelo baixo custo da habitação, nos últimos anos escolheram Real para viver.
Real está assim em risco de se tornar uma freguesia suburbana, dormitório, sem vida própria e sem alma.
Preservar a identidade da nossa freguesia é um desafio de dimensão extraordinária, que passa não só pela preservação do património edificado mas sobretudo pela preservação das vivências da nossa gente.
Fomos e continuamos a ser uma terra de artesãos. Das nossas gentes saíram os melhores mestres de arte sacra que inundaram a cidade de Braga e o País com o esplendor do barroco das suas igrejas.
Entre as nossas gentes, ainda hoje, encontramos muitos que continuam a tradição familiar de um ofício que os viu nascer e que vieram a abraçar com tanto orgulho para todos nós. São entalhadores de uma exelência única, escultores de marfim, pintores, douradores e restauradores, mestres em arte sacra que todos os dias lutam para preservar, em Real uma herança única além concelho.
É esta uma identidade de Real que importa proteger, divulgar e fomentar. São sobretudo homens que fazem da sua profissão uma paixão que doam, nas suas obras, em beleza a todos nós. São estes os homens que tornam Real uma freguesia singular e excepecional. Importa que esta arte encontre nos dias de hoje o seu espaço próprio, de tradição mas também de inovação. Importa que estes saberes, noutros tempos de transmissão familiar, se preservem e comuniquem às novas gerações.
Neste sentido é nossa proposta de, no âmbito próprio da Junta de Freguesia, criar condições para que Real continue a ser terra de artesãos.
A nossa proposta, aliando a preservação daquilo que de mais volátil há na cultura dos Realenses, à preservação da sólida pedra dos edifícios, passa pela proposta de reabilitação do Convento de S. Francisco e a sua afectação a 3 usos diversificados mas complementares entre si: a cração de um núcleo museológico de arte sacra originária de Real, a disponibilizição de espaços de oficina qualificados que permitam aos artesãos ali desenvolverem a sua arte, com dignidade e respeito pelas condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, e o fomento de uma Escola para Aprendizes de entalhadores, douradores, pintores e restauradores de Real, naquele espaço onde, entre todos, se possam qualificar os nossos jovens numa profissão com futuro.
Deste modo estaríamos a aliar a recuperação de um edifício marcante da nossa freguesia à recuperação de uma identidade de Realenses como comunidade viva, própria e única.
Defendemos "Real, terra de Artesãos"! Defendemos a recuperação do Convento de S. Francisco como espaço de cultura, de trabalho e de aprendizagem. Defendemos a criação da marca "Made in Real".
Iremos propor que este espaço de cultura se chame Centro de Artes e Museu Mestre Porto Maia, em homenagem a um artista de Real, pintor do povo e da ruralidade.

5 comentários:

Anónimo disse...

Aí está!

É isso Rui.
É por aí que se tem que ir.

Eu próprio já recorri por várias vezes ao Peixoto. É um artesão com larguíssimos anos de experiência que fez trabalhos exemplares na restauração de arte sacra e que interpreta como ninguém aquilo que queremos quando se trata de dourar à antiga, com outro velho.

A ideia da perservação deste patrimóno humano e artístico é de facto importante.

Quanto ao que diz de evitar que Real se transforme num dormitório é muito importante e merece uma intervenção imediata.

Real tem Realenses mas também já tem gente que emigrou para Real. Esta gente tem que ser integrada sem que o peso do bairrismo os sufoque. Real é de todos e para todos. Urge congregar as sinergias na base pelo respeito das ideias, da convivência democrática e duma politica para todos e não para uns de determinada côr.

Vamos em frente.

Anónimo disse...

A mim a escolha parece-me óbvia. Votar Rui Milhão. É jovem, com experiência autarquica, que soube beber ao longo destes anos com um trabalho magnífico na oposição, sempre ouvindo as pessoas, levando ás assembleias de freguesia as suas preocupações; suponho que o seu programa eleitoral reflicta aquilo que foi recolhendo da ascultação que fez aos realenses.

Este post é demonstrativo da qualidade do seu projecto, das suas ideias.

Conte com o meu apoio. Este é um voto ganho porque não era habitual.

Anónimo disse...

Pois claro.
Tenho para mim que o Presidente da Junta é um dos nossos realenses. Não se pode chegar ao balcão da junta e o Presidente nos virar as costas. Não se pode chegar ao balcão da junta e ouvir "bocas" de lá de trás. Não se pode chegar ao balcão da junta e ouvir dizer o presidente que, se as senhas não estão prontas, venha cá noutro dia. Não se pode chegar ao balcão da junta e vir de lá sem respostas.
O que se quer é um Presidente de Junta que estabeleça relações de proximidade com as pessoas, sejam elas rosas, laranjas, azuis, da CDU ou do Bloco. Ricos e pobres. Altos e baixos. Gordos e magros. Bom, e que as ruas do Barral não sejam só varridas quando o rei faz anos, as árvores limpas e podadas de 4 em 4 anos ou um de nós telefonar para a EDP para substituirem uma lâmpada fundida.

Rui Milhão. Mostra aos Realenses que és capaz de olhar Real de outra maneira.

Força.

Anónimo disse...

Este é um dos grandes problemas.
Como encontrar o grande espólio dos artistas de Real, e seus registos.

Anónimo disse...

Quanto ao espólio: tem razão. Irá ser um trabalho ciclópico. Mas com o Milhão aparecerá gente a querer dar uma ajuda.

Há intelectuais na Freguesia, professores do secundário e da Universidade, gente da cultura, etc.

O fundamental é reunir sinergias e é evidente que o ambiente que se crie à volta da Junta tem que ser motivador, com pendor cultural, e o Presidente tem que ser homem de consensos, com capacidade e sobretudo com carisma para conquistar as vontades.

Por si, para si e consigo, sempre com Real